Para refletir: "Professores Agredidos", por Maria Rita Dias


Por Maria Rita Dias:

Professores Agredidos

O que é agredir: praticar agressão contra alguém, dirigir ofensas ou injúrias a; insultar...
São termos que encontramos quando recorremos ao dicionário de Língua Portuguesa.

As definições são claras, não precisamos de grandes inferências para compreender e atribuir significados.
O surto de ansiedade no século XXI, está contribuindo para que as pessoas se tornem mais ásperas e indelicadas?
Eu sempre digo que a maneira com que se trata as pessoas, diz mais sobre si mesmo do que sobre o outro... E, nesse caso, as reações não são válidas, porque alguns embates só são vencidos através do silêncio.
Todas as vezes que somos agredidos, pensemos que provavelmente a agressão vem de alguém que enfrenta transtornos emocionais, e, pelas frustrações acumuladas, resolveu ferir os que estão ao seu redor, sejam eles, inocentes ou não.

É uma maneira de ser percebido (a), é uma maneira de ser notado (a)...
Lidar com seres humanos nunca foi fácil, temos que desaprender para aprender a construir e reconstruir. É lidar com as imperfeições, é exercitar a paciência. Principalmente quando escolhemos uma profissão tão árdua quanto a de ser professor.
É desafiador enfrentar a realidade de uma sala de aula, precisamos ter muito amor pelo que fazemos, porque muitas vezes o stress é maior do que a valorização.

Em um mundo que se fala tanto em empatia, será que estamos mesmo enxergando os fatos em uma visão holística?

Ou será que estamos sendo omissos, uma vez que a desvalorização da profissão docente não afeta apenas o professor como profissional em sua individualidade, mas afeta todo o futuro de uma nação.
Trago dados importantes em relação ao número de professores que são agredidos no Brasil.

A pesquisa foi realizada pela organização de impacto social Nova Escola, o estudo ouviu 5.300 professores. 80% deles relataram casos de violência dentro das instituições de ensino em que trabalham, enquanto seis em cada dez disseram ter sido as próprias vítimas.
São violências verbais, psicológicas e até físicas, dependendo do calor dos acontecimentos.
Chega a ser desesperador acessar o google e ver as seguintes manchetes:
• Brasil é #1 no ranking da violência contra professores - G1;
• Violência contra professores cresce na rede pública;
• Brasil é o país mais violento contra os professores...

Precisávamos de uma legislação mais efetiva e que os agressores fossem verdadeiramente penalizados, cumprindo com o artigo 331 do código penal que diz que desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela é crime.

Mas, enquanto isso não acontece, quem responde pelos danos morais?
Quem responde pelas situações vexatórias que somos obrigados a tolerar?
Fala-se sempre sobre salário ou infraestrutura das escolas, porém, o respeito entre professores e alunos deveria ser um tema bem mais frequente.
Conheço pessoas que tinham grande capacidade de dar aulas, articulação didática, e que ficaram completamente apáticas diante de episódios de agressão.

É preciso cuidar melhor dos nossos professores!

Maria Rita Dias é Técnica Pedagógica da Gerência Regional de Educação e Professora da Rede Municipal de Educação de Afogados da Ingazeira. É licenciada em Letras pela antiga FAFOPAI e pós graduanda em Psicologia Educacional. Leciona há 13 anos e é apaixonada pela Educação.

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