Câmara derruba veto de Bolsonaro e retoma fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões para 2022; Presidente também seria beneficiado, mas queria reduzir fundo a metade


Por 317 votos a 146, a Câmara dos Deputados restaurou nesta sexta-feira o Fundo Eleitoral de R$ 5,7 bilhões ao derrubar veto do presidente Jair Bolsonaro que buscava reduzir a quantia a menos da metade. 

A decisão ainda precisa ser confirmada pelo Senado.

Na bancada de Pernambuco, a maioria votou pela derrubada do veto (voto não). Apenas quatro deputados federais votaram contra o aumento que quase triplica o fundo para 2022.

O próprio PL, partido de Bolsonaro, apoiou a derrubada do veto do presidente.

Segundo membros do partido, não houve qualquer pressão do Palácio do Planalto para que a decisão do Executivo fosse mantida, considerando que os recursos também vão beneficiar Bolsonaro na campanha de 2022.

“Todos sabemos que não fazemos eleição sem recurso. Já que não temos o direito de benefícios privados, vamos votar e orientar o voto não”, disse o líder do PL na Câmara, Wellington Roberto (PB), pela derrubada do veto.

Embora o presidente tenha defendido o total de R$ 2,1 bilhões, valor enviado ao Congresso, não houve um esforço para o convencimento da base do governo para a alteração ser concretizada. Na votação, a liderança do governo silenciou sobre o tema.

Além do PL de Bolsonaro, PT, MDB, PSB, PSDB, PDT, PCdoB Solidariedade e Republicanos orientaram as bancadas pela derrubada do veto.

Em contraponto, o PSOL, outro partido de oposição, se manifestou pela manutenção do veto, acompanhado pelos partidos Novo e PSL.

A líder do PSOL, Talíria Petrone (RJ), disse que, diferente do Novo, entretanto, não é contra a existência do fundo público de campanha, mas que a quantia de R$ 5,7 bilhões "não é razoável".

Com a derrubada do veto, ainda há um passo necessário para o Congresso garantir o valor de R$ 5,7 bilhões às campanhas. O montante precisa ser incluído na Lei Orçamentária Anual (LOA), que ainda não foi votada. Isso deve ocorrer, segundo congressistas, na próxima semana.

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